Há algum tempo recebi esse livro, Anjos - O Segredo de
Judith, para ler e
resenhar no blog por meio do BookTour Lá vai o Livro, organizado pela Nany Oliveira do blog Manias de Leitores. Gostei muito da experiência.
Mas vamos ao livro. Na cidade grande, o detetive Clóvis e seu colega
tentam resolver um caso de um Iconoclasta (O termo iconoclastia significa
literalmente “quebrador de imagem” e tem origem no grego eikon (ícone ou
imagem) e klastein (quebrar)). O
caso é difícil e não está tendo resultados. Então o detetive lê uma
noticia de um crime no jornal e acredita que para seguir com o caso do
Iconoclasta precisa resolver o crime da noticia antes.
Os capítulos do livro são divididos nos dias da semana mais um capitulo
final.
Em Rio Vermelho há um policial que fica encarregado de acompanhar Clóvis
durante a investigação, Isaías, ele é também o narrador do livro. Isaías é
mal-humorado, grosseiro e completamente negativo, além de reclamar de tudo. Só
não desisti do livro no inicio porque me comprometi a ler até o fim e resenhar
depois.
Ao
contrário de Isaías, Clóvis é um homem misterioso e enigmático e parece ler
pensamentos. Ele está decidido a descobrir quem matou Judith.
''O mundo que a pessoa cria ao seu redor é exatamente o mundo que existe
no seu interior. Se seu mundo exterior é desordenado, sua alma também o é.''
No decorrer da semana os dois homens vão descobrindo os segredos de
Judith.
Do meio em diante a trama é envolvente e faz com que o leitor deseje
devorar o livro para descobrir de uma vez o assassino.
E, ficamos ainda mais desesperados quando nem Clóvis tem certeza de quem
é o assassino.
Depois desse caso, a cidade nunca mais será a mesma, nem Isaías que
melhora muito e nos surpreende no final.
“Eles foram dormir. E a
única coisa que obtive foi um gosto amargo de derrota por não conseguir
conversar com a minha própria família”
Em determinado ponto do livro, a investigação policial passa para
segundo plano, permitindo a abordagem de um mundo do sobrenatural e
consequências negativas e positivas frente as atitudes humanas. Wudson Silva
também aborda temas bastante complexos, como a religião, pecados, perdão e
morte, além das relações familiares e o mundo onde as aparências enganam.
''Quero dizer que quando a gente muda, a tendência é que as pessoas ao
nosso redor mudem também.''
Pontos
negativos: o autor utiliza muitas gírias locais de onde vive, dificultando a
compreensão para quem não conhece o linguajar da região. No inicio do livro há
muitas frases clichês, mas com o decorrer da história a escrita vai
amadurecendo.
“E, por incrível que pareça, foi dentro do hospício que descobri o
verdadeiro valor da vida”
''Qualquer pessoa pode ser religiosa nesse mundo. Seja corrupta,
assassina ou transtornada, qualquer pessoa pode facilmente frequentar uma
igreja e andar por aí com uma bíblia na mão. No entanto, quando observamos as
coisas ao seu redor, há uma grande probabilidade de esclarecermos traços da sua
personalidade. Havia uma frustração muito grande.''
''O mundo que a pessoa cria ao seu redor é exatamente o mundo que existe
no seu interior. Se seu mundo exterior é desordenado, a sua alma também o é.''
''Faz diferença ser culpado ou inocente? A vida é um lixo. O ser humano
é um lixo. Estava no auge da minha felicidade e me jogaram na sarjeta. Lutei
pelos meus ideias, lutei por uma vida digna, mudei o meu modo de pensar e me
vestir. E o que isso adiantou? Nada! Sinto o demônio zombar de mim; sinto o
olhar de desprezo das pessoas; sinto perder o sentido da vida. Deus me
abandonou, é isso que aconteceu. Prefiro aceitar a verdade de que estou
caminhando para as trevas.''
Por fim, leiam o livro e tirem suas
próprias conclusões.
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